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Dia da Escola de Samba celebra história e cultura popular

 

Todo 11 de abril, o Brasil celebra o Dia da Escola de Samba — uma data que marca a importância histórica e cultural dessas agremiações, que vão muito além do brilho e da passarela. A escolha do dia remete à fundação da Portela, em 1923, no Rio de Janeiro, considerada uma das mais tradicionais e influentes escolas do país.

Na época, o grupo ainda se chamava “Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz” e, antes disso, “Ouro sobre Azul”. Com o tempo, a Portela ganhou destaque nos desfiles e se tornou uma das grandes referências do carnaval carioca, com inovações musicais e visuais que ajudaram a moldar o formato atual das apresentações.

Mas a história das escolas de samba começa um pouco antes. Em 1928, surgiu oficialmente a primeira escola reconhecida como tal: a Deixa Falar, fundada por sambistas como Ismael Silva, Nilton Bastos e Baiaco, no bairro do Estácio. Foi esse grupo que organizou o samba como conhecemos hoje — com harmonia, bateria, enredo e uma ala inteira dedicada ao canto. Foi também na Deixa Falar que nasceu o surdo, instrumento que viria a marcar o ritmo das baterias.

Com o tempo, outras escolas surgiram e os desfiles tomaram forma, ganhando as ruas e, depois, os sambódromos. No Rio e em São Paulo, essas apresentações se tornaram eventos nacionais, transmitidos ao vivo e acompanhados por milhões de pessoas todos os anos.

Muito além da festa, as escolas de samba exercem um papel ativo nas comunidades onde estão inseridas. Mantêm projetos sociais, atividades educativas, oficinas de percussão, dança, fantasias e até reforço escolar. São polos de cultura e cidadania, onde tradição e criatividade se renovam diariamente.

Em 2011, o Dia da Escola de Samba foi oficializado no calendário nacional por meio da Lei nº 12.556. Já em 2023, outro passo importante foi dado: a Lei nº 14.567 reconheceu oficialmente as escolas de samba como manifestação da cultura nacional, reafirmando seu valor como patrimônio imaterial do país.

A data de 11 de abril é, portanto, um momento para lembrar que por trás do samba-enredo, da alegoria e da comissão de frente, existe uma história de resistência, inovação e identidade coletiva. Celebrar as escolas de samba é também celebrar o povo que constrói o carnaval todos os dias, dentro e fora da avenida.